A Cabana

fevereiro 01, 2018


Todo livro cuja temática é espiritual acaba sempre pendendo para uma conexão religiosa, sempre esquecendo de que o espírito não está ligado aos termos religiosos e sim a fé, por isso a literatura com conotação espiritual acaba sofrendo um certo preconceito em meio aos leitores (ao menos alguns com quem conversei). Todos esperam essa inclinação ao religioso, a seguir uma única doutrina, mas quando expandem seus horizontes e se permitem a ler A Cabana, do canadense William Paul Young, são presenteados com uma conexão única com a fé. 


Breve sinopse do livro:

"Durante uma viagem de fim de semana, a filha mais nova de Mack Allen Phillips é raptada e evidências de que ela foi brutalmente assassinada são encontradas numa velha cabana.

Após quatro anos vivendo numa tristeza profunda causada pela culpa e pela saudade da menina, Mack recebe um estranho bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a voltar à cabana onde aconteceu a tragédia.

Apesar de desconfiado, ele vai ao local numa tarde de inverno e adentra passo a passo o cenário de seu mais terrível pesadelo. Mas o que ele encontra lá muda seu destino para sempre."


Sobre o autor:


Antes de ser autor, William possuía 3 empregos, onde segundo ele "fazia serviços de empacotamento e limpeza em uma fábrica, limpava até privadas."
O livro foi escrito, mas sem a intenção de ser publicado, mas segundo uma entrevista para o G1, William disse que "Deus tem um grande senso de humor quando planeja nosso destino." 

Filho de missionários, Wlliam morou dos 10 meses aos 10 anos em Papua Nova Guiné e estudou teologia nos EUA.
Trecho da entrevista:
"Cresci em uma família religiosa, sempre pensei muito sobre a relação das pessoas com Deus. Mas a convivência em uma cultura tribal durante tanto tempo me fez pensar nessas coisas por uma outra perspectiva. O romance vem do desejo de criar uma língua por meio da qual as pessoas possam se conectar a Deus sem ser pela religião."

SPOILER DO LIVRO:

Ainda na entrevista com o G1, o autor explica a influência da cultura de Papua Nova Guiné e a motivação em um dos momentos mais controversos do livro. O retrato de Deus como uma mulher negra!Queria me distanciar ao máximo daquela imagem clássica que temos de Deus, como um homem branco e sofredor.” 

   E ele deixa um recado aos haters: "São só palavras impressas no papel, o resto está na cabeça de quem lê. Quem me critica, não está falando de mim, está falando de si próprio."


Crítica/Opinião:


Esse livro deixou uma marca maravilhosa em mim, expandiu meu pensamento de forma absurda. Ele parece banhado em paz, apesar de ser bem forte. O contato com Deus fora do contexto religioso é um dos diversos pontos cativantes do livro, é um contato de fé. Mack, que acaba sendo um personagem do tipo "pentelho", é um ser que representa nações, já que o ser humano, de forma geral, não sabe lidar com os momentos ruins. Sempre buscamos alguém para culpar e Mack é a nossa encarnação literária, por assim dizer. Um pedaço da sinopse que atiça os leitores é a seguinte: 
"Em um mundo cruel e injusto, A Cabana levanta um questionamento atemporal: "se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar nosso sofrimento?"

As respostas que Mack encontra vão surpreender você e podem transformar sua vida de uma maneira tão profunda como aconteceu com ele." 

Esse é, sem dúvida, um dos melhores livros que já li. TODOS deveriam dar uma chance e se apaixonar por esse livro, William conquistou meu coração. 

Recados:

Algumas informações foram tiradas da entrevista do autor para o site G1.

Não se esqueçam de dar uma passadinha no Zona Nerd, o link deles está na descrição do blog.


Até a próxima. 
Com amor, muito amor, 
Camilla.

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